Agora eu me lembro porque saía daqui, porque não aguentava aqui, porque me revoltava aqui. Porque nesses instantes a minha vida resume-se em contar os minutos para o fim. Eu gostaria de tornar esse período melhor, e às vezes consigo torná-lo quase divertido, mas não. Em seguida os meus planos foram por água abaixo. A mesma coisa nunca muda - com mudar eu quero dizer, evoluir. E como poderia evoluir, com tantos retrocessos? Como poderia mudar com essas vidas estagnadas? Lembra daquele discurso que não é nem batido, mas esgarçado, furado e esfarrapado? De como é necessário livrar-se do senso comum e abrir a mente para novas idéias, perspectivas e visões de mundo? Esse papo de fugir do senso comum já foi tão usado que se tornou senso comum. E quanto a abrir a mente para novas idéias, só costumam dizer e nunca expor realmente, uma diferente forma de pensar. Mediocridade eu já tenho bastante, obrigada.
Mas tudo ia bem até as duas comadres iniciarem aquela conversa de canto de bar, de mesa de botequim ou de qualquer outro ambiente descontraído, que eu acordei e minha tolerância foi ficando escassa. Lembrei porque saía daqui, porque não aguentava aqui, porque me revoltava aqui.
De uma carteira dessas para uma mesa de bar eu fico com a segunda, afinal, nela as conversas são muito mais produtivas do que aqui, aqui, aqui. Aqui aonde deverei comparecer por mais alguns meses e ainda corro o risco de sair debatendo sobre a última edição da Veja e me achar o máximo.
Postagem escrita em 11 de fevereiro de 2009
Postagem escrita em 11 de fevereiro de 2009