sábado, 29 de setembro de 2007

O penúltimo

Hoje é vinte e nove. Vinte e nove de Setembro. Mas essa data não me diz nada. Nadinha mesmo. Nesse momento passaram só dez minutos do dia anterior, que também não me dizia nada. 29 de Setembro.
Sei que é só o início, que no resto desse dia que mal começou ainda pode acontecer muita coisa, e finalmente possa fazer com que ele signifique algo. 29 de Setembro. Mas daqui a pouco irei dormir, a gente começa o dia dormindo. Sabe-se lá porque...Eu gostaria de nunca dormir, mas eu queria um monte de coisas que não tenho coragem de pedir, e mesmo que tivesse, pedir pra quem? Cuidado com o que você deseja... Droga de frase, sempre me faz pensar duas vezes, e eu nem sei se isso é realmente bom. Nem tudo é o que parece ser, mas até mesmo quando é, ficamos procurando motivos para acreditar que não. E se perguntam o que eles têm a ver com tudo, bom, eles, assim como eu, têm tudo a ver com tudo, mas a questão não é o quê, e sim por que. De qualquer forma, nada é muito possível, nesse momento, nesse estado tão cheio de limites, para todos os lados, as limitações. Já me derrubou aquele sono do início do dia, e eu preciso dormir (as limitações), já nem sei do que estou falando, ou do que comecei falando...Ah, sim, 29 de Setembro. O dia que não me diz nada, mal o comecei. Que droga de postagem irá ser essa, do dia 29 de Setembro?

domingo, 16 de setembro de 2007

Pureza

Naquele momento, como alguns outros dos quais me lembro, eu senti como se estivesse fora de órbita, como se tudo que me incomoda desaparecesse e um profundo sentimento de paz me invadisse, mas eu não impeço a invasão, serenamente deixo que ela tome conta de mim até não se saber mais o que de fato ocorreu. Então eu consigo enxergar a Beleza, fico feliz em vê-la mesmo sabendo que possa durar só um segundo. Ouço, vejo, sinto e consigo entender coisas de uma forma tão clara, óbvia e natural que nunca conseguirei explicá-las, são agora parte de mim. Sinto firmeza em meus passos, como se o chão em que eu caminho fosse uma extensão do meu próprio corpo, todas as coisas existindo juntas, e não uma tentando engolir a outra para ter o seu lugar. Acho graça, da borboleta voar, das folhas dançando com o vento, do verde que a grama exibe com o sol, da diversidade. Da fomiga que se perdeu da fila. E sorrio. Por motivo nenhum, eu sorrio. A felicidade mais pura instala-se em mim. Não é como dar gargalhadas, não é como ficar eufórico, não é como sorrir de propósito. É só um sorriso, delicado e verdadeiro. Aquela felicidade sutil, terna, quase triste, só não é triste porque é feliz, senão por isso, seria triste. E esqueço a maldade e o ódio que existem em mim, de nada valem agora. E quando valem? Não importa, agora estou feliz. Então penso que, por um momento eu devo ter feito alguma coisa certa para me sentir assim e não foi só bondade do destino. Por um momento, eu não fui um fracasso total, dei um passo à frente, quis e esperei o melhor, estive só comigo mesma e com os outros sozinha. Por um momento eu fui boa, fui plena, tive o poder de dominar o nada e ser parte do universo. Só por um momento. O momento em que durou aquele sorriso.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Desfile, dia 7

Senhores, marchemos, rumo à independência não conquistada.
Pelo Brasil com que sempre sonhamos, pela justiça da qual duvidamos. Pelo sonho brasileiro, pelos nossos planos, marchemos, sem pensar. Para que os senhores possam descansar, enquanto outros vão labutar.
Pararemos de falar mal de nossa pátria, porque é nossa pátria, devemos amá-la e respeitá-la, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. E quanta pobreza, e quanta doença, quanta estupidez e descrença.
Vamos sambar, que o samba é nossa dança. Vamos sambar para esquecer que o povo sempre dança.
Adorar a terra, ter o pé no chão, ter orgulho, senhores! Honrar a nação!
Tão rica cultura, circo verde amarelo, servidão que perdura.
Sem dignidade e sem pão, servindo a corte, honrando a nação.
Não está vendo agora? A liberdade raiando no horizonte do Brasil?
Parabéns, brasileiros, parabéns! Porque nossa gente é brava, nossa gente é livre.
Então quando veremos, filhos da pátria, contente a mãe gentil?