segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O despertar

Das coisas a gente esquece. Tudo começa a ser envolvido em uma neblina densa até o desaparecimento. A única coisa de que consigo me lembrar por primeiro, é a linha. A linha sendo traçada, nas coisas, no papel. Eu desenhava. Antes disso, tudo é neblina. O que me lembro é isso: desenhava. Concentrada, como se um erro, pudesse acabar com o mundo. Olhava tudo de perto. Cada traço, cada intervalo de espaço. Assim de perto, as linhas não fazem o menor sentido, e é preciso afastar-se para ver formar a imagem. A mania de olhar demais para os detalhes e perder a noção do todo deve ter sido a causa da minha dificuldade em enxergar lógica nas coisas, que veio à tona mais tarde. Ver tudo muito de perto foi a minha cegueira. Por outro lado, a audição interferia nos outros sentidos. Era como adivinhar o que viria, mas nem sempre era o que eu adivinhava. Então eu soube que existia a surpresa, aquilo que a gente erra em prever, ou aquilo que nos mostram ou nos mostramos.
Sempre soube que eu era errada, mas não tinha dúvidas sobre o que queria. E sabia também que um dia eu poderia ser eu. Assim, errada mesmo. Um dia quando eu crescer... Uma dia quando estiver forte.
O pior de todos os quereres e não poderes, é esperar que a hora de poder, chegue.

4 comentários:

Luciana disse...

Ainda bem que o seu poder com as linhas te escora. Não sei até onde a lógica é realmente lógica. Você pode usar ela nas suas contas, em suas técnicas, em suas teorias mas não pode confiar nela quando envolve a prática. Tudo o que você calculou pode ser desfeito por um simples pensar diferente daquilo que a lógica atinge. Você não pode controlar. Se você não tinha dúvidas a respeito do que queria você não errou. Simplesmente.

Beijos suh.

lisspow disse...

Já eu, costumo ver o todo e esquecer os detalhes.

Tô com um novo blog.

Natalia Novais disse...

e vai chegar :)

Natalia Novais disse...

tem um meme pra voce no meu blog :)