sábado, 5 de abril de 2008

Doce Psicopata

Ele não sabia que a encontraria morta no dia seguinte. Nunca sabem. Mas logo ele?

Ele que já fizera essa surpresa a outrem? Ele que estava tão acostumado com a beleza dramática de uma morte bem executada. Ele que dava a todas as suas vítimas fins desse gênero. Que tipo de amador atira e sai correndo, sem ver o sangue escorrer, sem compartilhar do sofrimento e da dor? Isso não basta, era o que ele sempre dizia. E nunca bastava. Assim, tornou-se um perito na arte da tragédia. Para ele, cada um merecia uma forma especial de morrer, pois quando criança, lhe diziam que cada pessoa é especial. Porém, a tragédia sempre terminava do mesmo jeito, porque isso era senso de justiça: uma cova (porque é irresponsabilidade deixar o trabalho pela metade), palavras de homenagem (o sinal de respeito) e uma flor sobre o túmulo meticulosamente construído (para ele, toda mulher deveria ao menos uma vez, receber flores).

Ninguém entenderia, disso ele tinha certeza, mas sabia que no seu íntimo, a paixão, o carinho e o afeto afloravam de uma forma diferente. E ele amava suas vítimas. Cada uma delas, de forma tão intensa a ponto de achar que ia morrer, mas quem morria eram elas. Ninguém compreenderia, que o seu trabalho, era quase como um caso amoroso... Mas ao contrário. Ninguém poderia entender que da mesma forma como um amante quer proporcionar a maior quantidade de prazer à pessoa amada, o psicopata quer proporcionar a maior quantidade de sofrimento. Tinha que ser assim. Que forma de amar é mais pura do que aceitar ser odiado? Ele precisava encarar o olhar de piedade, ver a pele cortar, assistir o vermelho brilhante do sangue aparecer, ouvir os gritos de socorro, os gritos de dor, os gritos de sofrimento, os gritos de horror, os gritos pavor, os gritos implorando que acabasse com aquilo de uma vez, até cessarem os gritos e reinar silêncio, para que só então pudesse deitar e dormir ao lado daquela por quem sentia algo diferente, a quem nunca faria mal, por mais que isso traduzisse o seu carinho. Por algum estranho motivo a queria ali, sorrindo. Aquela por quem cultivou uma forma diferente de gostar, aquela que ele encontrou morta, da forma mais cruel possível, ao chegar em casa.

E foi quando ele sentiu a dor mais cortante que já experimentara, o desespero mais agudo que já vivenciara e a tristeza mais sombria que já o atingiu.

Ele não pôde suportar que alguém pudesse amá-la como ele nunca amou.

3 comentários:

Luciana disse...

ai suh, você esta ficando meio sinistra... conta a verdade, você é psicopata?
uashuidhauhuasihusadi


brincadeira, ficou perfeito
=)
beijos

Mente Estranha disse...

ain, eu fiquei com medo de vc suh!
sua psicopata, nao chega mais perto de mim!
jaslfdjsafjsfjasljfasdfaj


ficou muito bom!
parece até q ouvi os gritos!

bjaum

Anônimo disse...

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