quinta-feira, 17 de abril de 2008

Um pouco de mídia e sociologia

Eu não consigo defender o que me pedem. Se você me perguntar o que eu pretendo quando permaneço na atual situação, juro não saber a resposta. Como diria aquela música que gosto: "nós parecemos os mesmos, nós falamos igual, até fodemos igual". E como escapar disso? Não, essa não é a pergunta correta a se fazer. A correta seria: Há como escapar disso? Sinceramente, eu não sei.
Apesar de ter sempre alguém dizendo que não, que pelo menos ele não se deixa levar pelos gostos da maioria, eu tenho minhas dúvidas. Às vezes eu fico assustada com o que move as massas. Afirmo com certo orgulho, nunca ter ouvido novos "hits", como "Piriguete" e "Créu", mas não significa que não posso ser massificada em outros aspectos.
O mundo se mostra como uma grande empresa, onde cada setor tem suas novidades e todos comentam sobre os outros. Não sei se sempre foi assim ou se aquilo "que eu preciso defender", tem grande parcela de culpa nisso.
Vez ou outra os jornais escolhem um dado acontecimento para transformar em grande atração ou espetáculo midiático. Dessa vez foi a morte de Isabela. A notícia de repente vira uma saga, onde todos começam a falar e a discutir, tentando desvendar o crime, como se fizessem parte de um filme policial ou de supense. Esses dias minha irmã perguntou: Quem você acha que é o culpado? Ao que eu respondi: É o mordomo! Foi sem graça, eu sei, mas depois eu me dei conta de que essa piada mostra meu posicionamento diante disso. Como todos estão falando por aí, essa história daria um enredo perfeito para algum livro de Agatha Christie.
É esse o assunto do almoço, do ônibus, da sala de aula, até da roda de amigos e é claro, meu, que mesmo na tentativa de mostrar como essa insistência é patética, estou aqui, batendo na mesma tecla que já está quase quebrando de tanto que a apertaram nas últimas semanas.
Ou então tem aquela música de todos os dias, porque está nas paradas de sucesso, mas é insuportável (juro que não me refiro a "Semente do Armandinho"), as novas tendências, nas roupas, na alimentação, nas distrações, no entretenimento, no estilo de vida. Até mesmo querer ser do contra virou tendência. Ou será que os auto-intitulados indies, punks, grunges, undergrounds e afins acham mesmo que estão nadando contra a corrente?
Mesmo se alguém não liga pra nada disso, acaba sendo rotulado de alguma forma. A solução é não ligar pra nada mesmo.
Mas a cada dia eu me pergunto como coisas tão banais e planejadas conseguem afetar tanta gente? E como eles não se dão conta de que em meio a tantas variedades de estilo, eles falam das mesmas coisas, fazem as mesmas coisas, pensam sobre as mesmas coisas...
Lamento, mas nunca vou conseguir defender o que me pedem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois é... Às vezes dá vontade de trocar a realidade pela ficção.

Já que não é possivel... convido ao menos para uma visita a um blog recém-lançado sobre:

O Mundo de Agatha Christie
http://acasatorta.wordpress.com

Um abraço.

Luciana disse...

um saco, realmente, mas para não ficarmos de fora acabamos por nos render.
Eu gosto de Agatha Christie.