sexta-feira, 7 de março de 2008

A morte

Aqui jaz. É só disso que me lembro. Não sei como foi, quando, nem por que. A raiva, a impaciência e o nervosismo ainda me acompanham. E o medo, nem ao menos sei o que temo. Não sei o que deveria temer nas atuais circunstâncias. Deus ou o Diabo? Depois de todas as bobagens ditas eu não sei mais no que acreditar. Disseram que se eu não seguisse Deus, eu iria para o inferno, mas tento recordar minhas atitudes. Como saber se eu realmente segui Deus? Não fiz exatamente as coisas que o padre dizia, mas quem o nomeou dono da verdade? Estarei dizendo blasfêmias? Mas, céus, ele é uma pessoa assim como eu, estarei assim tão errada? Nada disso importa agora. Não sei onde estou. E ter medo é imbecilidade minha. Chega de agir como uma criança que necessita sempre de um adulto para ditar o certo e o errado, e punir quando erra.
O que faz de mim um boa pessoa? Do que eu tenho orgulho? Do que eu tenho vergonha? Minha nossa, nunca tenho tempo para tentar responder essas questões... Por que eu sempre tive medo de me perguntar, de me conhecer, de me descobrir? Como as pessoas podem ter medo de si mesmas? Por que acham que a ignorância é a melhor saída? Como fui patética, como fui ingênua.
Como é possível só agora eu me sentir alguém? Eu mesma! Por que não antes? Não fui sincera antes.
Angustiada e inquieta eu caminho entre as lápides enquanto penso os meus segredos.

Um comentário:

Luciana disse...

eu odeio palpitar a respeito, até porque nunca me dão muita razão. Talvez eu possa estar errada... ou não. Pelo menos agora voce se 'libertou'


=)