quarta-feira, 12 de março de 2008

O veredicto

Quando encontrei alguém logo corri dizendo, implorando para que voltasse, porque eu não estava satisfeita, só agora eu entendia as coisas.
_Eu não fui tudo o que pude, preciso de uma segunda chance se for possível - pedi com um pouco de timidez depois de ter me humilhado implorando.
_Você tem certeza? Tem certeza de que não foi tudo o que podia? - disse o desconhecido.
_Tenho - eu disse, agora sem muita convicção.
_Pois se você pudesse voltar, teria aproveitado as chances que teve? Arriscado tudo pelos sonhos? Feito o que não teve coragem?
Pensei, por um segundo, se dizer sim pudesse me levar de volta, eu diria:
_Sim.
_Pois é o que todos dizem. Olhe pra você agora! Não tem mais nada do que tinha se acostumado, está confusa, está desamparada, sem a única coisa que nunca pôde perder, não importasse o sofrimento. E de que vale dizer que na segunda chance acertará as coisas? Agora que a chance passou e você a perdeu? Explico o porquê: Todas as decisões que tomou tinham uma razão. Se você não arriscou uma chance por algum motivo, é porque não achou que valesse a pena. Agora, é fácil dizer que se pudesse fazer de novo, arriscaria, porque não tem mais nada a perder. De que vale o risco se você deixa de arriscar?
Assim, eu compreendi, se eu pudesse recuperar a vida, não faria diferente. O medo de perder seria maior, só digo que tenho coragem porque agora eu já perdi. O estranho virou-se e desapareceu tão de repente como veio. Tudo pode desaparecer em um segundo, mas só quando se perde é possível entender a bobagem das preciosidades efêmeras.

Um comentário:

Luciana disse...

gostei do ponto de vista. Sera que realmente fariamos o certo se tivessemos uma 'maquina do tempo' ou continuariamos covardes? Este tal de medo de se arriscar que nos faz perder. Sempre.


Tem um selo no meu blog pra vc
=)